O Burger King vai fechar todas as suas 116 lojas na Argentina, encerrando uma trajetória de 36 anos no país. A decisão foi anunciada pelo grupo mexicano Alsea, responsável pela operação da rede desde 2006, e marca a saída definitiva da marca norte-americana do mercado argentino.
A rede, que inaugurou sua primeira unidade em 1989 no bairro de Belgrano, em Buenos Aires, tornou-se rapidamente uma das maiores franquias de fast-food do país. No entanto, após anos de dificuldades e perda de mercado para concorrentes como o McDonald’s e a rede local Mostaza, o Burger King optou por encerrar suas atividades como parte de uma estratégia de desinvestimento regional.
Decisão da Alsea: Foco em Marcas Mais Lucrativas
A Alsea, que também administra Starbucks, Domino’s e The Cheesecake Factory, confirmou que a prioridade na América do Sul agora será o crescimento do Starbucks, que já conta com 133 cafeterias na Argentina.
O grupo já havia feito um movimento semelhante em dezembro de 2024, quando vendeu 54 lojas do Burger King na Espanha ao fundo britânico Cinven, concentrando esforços em marcas de maior rentabilidade.
Segundo fontes do setor, a rede enfrentava anos de queda nas vendas e altos custos operacionais, agravados pela pandemia de Covid-19. O fechamento de unidades históricas, como a loja da esquina das ruas Corrientes e Florida, simbolizou o início de um declínio que agora chega ao fim definitivo.
Queda de Desempenho e Competição Agressiva
Até 2018, o Burger King ainda ocupava a vice-liderança no setor de fast-food argentino, atrás apenas do McDonald’s. No entanto, a marca local Mostaza ultrapassou o Burger King em participação de mercado, deixando a rede americana em terceiro lugar.
Os anos seguintes foram marcados por uma crescente dificuldade em manter rentabilidade e competitividade. Promoções mais agressivas de rivais, inflação alta e custos de importação de insumos dificultaram a sustentabilidade da operação.
Quem Pode Assumir as Lojas?
O banco BBVA foi contratado para conduzir o processo de venda das 116 lojas do Burger King. Entre os possíveis compradores estão nomes conhecidos do setor gastronômico argentino:
- Inverlat, fundo de investimento que é dono da Havanna e foi ex-operador das redes Wendy’s e KFC.
- Desarrolladora Gastronómica, holding que controla marcas como Kentucky, Sbarro, Chicken Chill e Puni.
- Int Food Services, grupo equatoriano que administra o KFC em outros países da América Latina.
Até o momento, as negociações seguem em andamento e a Alsea não fez comentários adicionais, limitando-se a afirmar que “todas as comunicações oficiais serão feitas por canais institucionais”.
Impacto Econômico e Sentimental
O encerramento do Burger King na Argentina representa mais do que uma simples mudança de mercado. A marca faz parte da memória coletiva de várias gerações de argentinos, especialmente na capital Buenos Aires, onde seus restaurantes foram palco de encontros, aniversários e eventos sociais por décadas.
Do ponto de vista econômico, o fechamento deixará milhares de trabalhadores em incerteza, enquanto os sindicatos e órgãos de comércio já pedem negociações para mitigar os impactos trabalhistas.
O Futuro do Fast-Food na Argentina
Com a saída do Burger King, especialistas acreditam que o espaço deixado pela marca será rapidamente ocupado por redes locais como Mostaza, ou por novas franquias internacionais em busca de oportunidades em um mercado em transformação.
A Alsea, por sua vez, reforça que a decisão é parte de uma “reorganização estratégica” e que continuará a investir na expansão do Starbucks e de outras marcas que apresentem melhor desempenho financeiro na região.
Um Capítulo que se Encerra
Após 36 anos de operação, o anúncio de que o Burger King vai fechar suas portas na Argentina marca o fim de uma era. A empresa, que chegou ao país com grandes ambições e se tornou um ícone da cultura pop, encerra sua jornada deixando um legado de sabor, lembranças e desafios que refletem as transformações do mercado global de alimentação.
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